sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A Dinastia Lego

Para incentivar as crianças a explorar o mundo misterioso dos seus antepassados, o Museu Egípcio do Cairo abriu o primeiro Museu de Lego para crianças no Egipto. Nevine El-Aref revive a sua infância



Uma exposição itinerante que tem viajado para os museus e centros de ciência de todo o mundo conseguiu um lar permanente no Museu Egípcio, localizado na Praça Tahrir.

Em "Segredos dos Faraós", antigos monumentos do Egipto foram reconstruídos totalmente em Lego e estão agora expostos na cave do Museu.

Maquetes de alguns dos edifícios antigos mais queridos do país foram transformados em grandes blocos coloridos de Lego e estão em exposição na galeria da cave. Aqui a Esfinge em frente das três Pirâmides de Gizé; ali uma equipa de antigos construtores a edificar um templo, enquanto artesãos decoram as suas paredes e um escriba se aninha com um maço de papéis para gravar a cena. Aqui está a máscara do rei-menino Tutankhamon, assim como parte da sua colecção fúnebre.

A exposição combina a diversão dos famosos blocos de construção Lego, que toda a gente usou para brincar em criança, com a colorida e surpreendente história do Antigo Egipto.


Os visitantes terão a oportunidade de aprender sobre a vida quotidiana nas margens do rio Nilo, no Egipto Antigo. Haverá oportunidades para aprender a escrever usando os antigos hieróglifos egípcios. Haverá também aulas sobre os misteriosos rituais egípicios da morte e da vida no Além.

O director do Museu Egípcio, Wafaa El-Seddik, afirma que a exposição combina a magnificência dos monumentos originais com o divertimento dos Legos. El-Seddik diz que a exposição está dividida em seis secções exibindo diferentes aspectos da antiga civilização egípcia: a vida quotidiana ao longo do Nilo, os reis e as suas famílias, as crenças religiosas, a vida após a morte e as divindades veneradas por muitos. No final da visita as crianças são convidadas para uma pequena oficina onde podem explorar por si mesmas a civilização do Antigo Egipto através das suas criações em peças de Lego.

Zahi Hawass, Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades, diz que o objectivo da exposição é ajudar as crianças egípcias a aprenderem mais sobre si próprias e os seus antepassados, e a obterem uma melhor compreensão sobre o que significa ser egípcio. Quanto a não-egípcios, El-Seddik diz que a exposição será uma janela através da qual eles podem explorar o impacto da história e cultura do Egipto através da construção das suas próprias peças.


As figuras de Lego são voltadas para jovens visitantes do Museu. Elas destacam os mais famosos e icónicos achados arqueológicos egípcios. Alguns modelos são em tamanho natural, como o de Tutankhamon, enquanto outros, como a Esfinge, foram feitos à escala para caber no espaço expositivo.

Os destaques da exposição são as criações fixas, mas há vários elementos interactivos que vão encantar crianças e adultos. Puzzles, múltiplas oportunidades de boas fotografias e a possibilidade de escreverem o nome em hieróglifos são apenas o começo. As crianças podem desempenhar um papel num filme de múmias, perder-se num labirinto e, claro, perder-se nas suas próprias criações de Lego.

Parte do divertimento na exposição é saber quanto tempo demoraram e quantas peças têm alguns destes fantásticos modelos. Só para criar a máscara de Tutankamon, artistas Lego tiveram mais de 220 horas de trabalho e usaram mais de 25.000 peças.



Fonte: Al Ahram Weekly
Original em Inglês: http://weekly.ahram.org.eg/2010/982/he2.htm

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Nova Descoberta em Kom el-Dikka


Tradução da nota de imprensa de Zahi Hawass


Uma missão arqueológica do Conselho Supremo de Antiguidades (CSA) liderado pelo Dr. Mohamed Abdel Maqsoud, Chefe das Antiguidades do Baixo Egipto, descobriu os restos de um templo da Rainha Berenice (Berenike), mulher do Rei Ptolomeu III (246-222 a.C.), juntamente com um esconderijo de 600 estátuas ptolomaicas.

A descoberta foi feita durante escavações de rotina em Kom el-Dikka, numa área que pertence às Forças de Segurança de Alexandria.

Zahi Hawass, Secretário Geral do CSA, afirmou que os vestígios descobertos têm 60 metros de altura e 15 metros de largura, prolongando-se por baixo da Rua Ismail Fahmy. O templo terá sido destruído em era posterior, quando era usado como pedreira, o que terá levado ao desaparecimento do muitos dos seus blocos de pedra.

Segundo o Dr. Abdel Maqsoud, a missão, que inclui 18 escavadores e restauradores qualificados, desenterrou uma grande colecção de estátuas alusivas à deusa-gata Bastet, divindade da protecção e da maternidade, o que indica que o templo terá sido dedicado a esta deusa. Maqsoud salienta que as estátuas de Bastet e outras estátuas em calcário de mulheres e crianças não identificadas foram exumadas em três áreas diferentes do sítio. Também foram encontrados potes de cerâmica e estátuas em bronze e faiança relativas a outras divindades egípcias, bem como estátuas de terracota dos deuses Harpócrates e Ptah.

Os primeiros estudos realizados no local revelam que a fundação do templo pode ser datada do reinado da Rainha Berenice, o que faz dele o primeiro templo ptolomaico encontrado em Alexandria a ser dedicado a Bastet, indiciando que o culto da deusa Bastet terá continuado no Egipto após o declínio da era antiga.

Também foi descoberta a base de uma estátua de granito do rei Ptolomeu IV (205-222 a.C.), contendo inscrições em Grego antigo. O texto, escrito em nove linhas, revela que a estátua pertenceu a um oficial de topo da corte ptolomaica. Abdel Maqsoud acredita que a base foi feita para comemorar a vitória egípcia sobre os gregos, na batalha de Raphia em 217 antes de Cristo.

A missão encontrou ainda um grupo de antigas estruturas, incluindo uma cisterna de água romana, um conjunto de poços de água com 14 metros de profundidade, canais de água em pedra, os restos de uma área de banhos e um grande número de potes e fragmentos de cerâmica datáveis do século IV a.C..

Maqsoud pensa que esta descoberta é o primeiro vestígio da verdadeira localização do bairro real de Alexandria.

Mais informações em:

http://www.drhawass.com/blog/press-release-new-discovery-kom-el-dikka


Não sou profissional da tradução nem da redacção jornalística, mas lá me entretive a fazer isto. Perdoem-me qualquer lapso que tenha eventualmente ocorrido. A imagem pertence ao CSA e retrata uma estátua da deusa Bastet a segurar um pássaro entre as patas dianteiras.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Ippolito Rossellini e a Alvorada da Egiptologia

Ippolito Rosellini e a Alvorada da Egiptologia. Desenhos e manuscritos originais da Expedição Franco-Toscana ao Egipto (1828-1829) da Biblioteca Universitária de Pisa

Museu Egípcio do Cairo, Sala 44

De 27 de Janeiro a 23 de Fevereiro de 2010

Exposição organizada pela Universidade de Pisa (Itália) em cooperação com o Conselho Supremo de Antiguidades do Egipto e com o Centro Arqueológico Italiano no Cairo.

Inauguração no dia 26 de Janeiro, às 18h30 locais.

Cinquenta desenhos originais da Expedição Literária Toscana ao Egipto (que acompanhou a expedição francesa de J.F. Champollion) serão expostos juntamente com manuscritos inéditos de notas tiradas in situ por Ippolito Rosellini, cartas a ele dirigidas por Egiptólogos famosos, como o próprio Champollion, Lepsius ou Leemans, e ainda outros materiais dos Arquivos Rossellini da Biblioteca Universitária de Pisa.

...se eu pudesse, ia lá!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Maquilhagem curava doenças dos olhos

PARIS - Cientistas franceses afirmaram na passada Quinta-Feira que a fantástica maquilhagem de olhos do Antigo Egipto não só defendia os egípcios dos efeitos nefastos do mau-olhado, como também os protegia de doenças oftálmicas.

Segundo Philippe Walter, co-responsável da equipa de cientistas do Louvre e do CNRS national research institute, há 4000 anos os Antigos Egípcios produziam a maquilhagem para escurecer e adornar os olhos usando chumbo e sais de chumbo em misturas que por vezes demoravam um mês a misturar.

"Sabíamos que os Gregos Antigos e os Romanos também conheciam as propriedades medicinais da maquilhagem mas queríamos determinar precisamente como", disse o cientista à AFP.

Contrariando a crença generalizada de que o chumbo é prejudicial, esta equipa determinou, através do uso da química analítica, que em doses muito pequenas o chumbo não mata as células. Em vez disso, aquele elemento produz uma molécula - óxido nítrico - que activa o sistema imunitário e combate as bactérias em caso de infecções nos olhos.

A pesquisa foi realizada utilizando um minúsculo eléctrodo, com um décimo do tamanho de um cabelo, para observar o efeito de um cloreto de chumbo sintetizado pelos Egípcios - laurionite - numa única célula.

O estudo foi divulgado online na Quinta-Feira pelo Journal of Analytical Chemistry.

-- AFP--

Nota: a tradução é de minha autoria. Espero que esteja aceitável.